Apenas dois desejos.

Lembro-me como se fosse hoje, foi no ano de 2002, ano em que completei 18 anos. Lembro de ter assistido na Tv uma campanha que tratava de doação sanguínea. Campanha essa que foi como um estalo, eu quis muito me tornar um doador, sempre que ia ao Hemoacre após atingir idade para tornar-me apto para doação pensava: "eu não preciso desse sangue mesmo!" . E assim me tornei um doador de sangue. Isso era algo que eu queria muito fazer e fiz.

Em contra partida havia também uma situação a qual eu realmente nunca quis me submeter, falo dos fixadores, aqueles ferros horrendos que perfuram nossa carne e ossos para que assim tenhamos condições de tratamento para lesões que geralmente causem um forte trauma. E não falo apenas pelo incomodo que é ter ferros saindo de qualquer parte que seja de seu corpo ou pela dor que o uso do fixador pode propocionar, sempre tive aversão a esses ferros, posso dizer que tenho nojo de olhar pra minha perna e ver que eles ainda estão lá. Fui ao médico ontem após 15 dias da minha terceira cirurgia, e estava bastante otimista acerca da retirada do fixador de minha perna. Infelizmente alem de não tirarem os ferros que eu já tinha ainda colocaram mais. Ganhei um laudo de 6 meses sem poder desempenhar nenhuma atividade laboral. E eu que sempre sou tão pessimista acabo caindo do cavalo por esta sendo tão otimista sobre meu quadro. Bom, nenhum médico ate hoje disse que meu caso é simples, aliais tudo que os mesmos me dizem é que eu tive sorte e que o certo seria ter cortado minha perna. Bom, ontem pelo menos alguém me disse:"o caminho é longo mais você vai se recuperar". Graças ao bom Deus o discurso dos médicos esta mudando. A partir de hoje vou começar a forçar um pouco a barra, tentar andar e recuperar um pouquinho que seja de minha auto-suficiência. Minha mãe ainda é meu alicerce, ela é realmente forte feito uma rocha e agradeço a Deus por minha família e pelos amigos com que Ele me presenteou.